Na vitória ou na derrota – Uma história para a história 01/08

Muitas vezes as pessoas me perguntam como foi possível um clube com o tamanho, a importância, a tradição e, principalmente, com uma Torcida apaixonada como o Guarani deixar de ocupar uma posição entre os maiores clubes do futebol brasileiro. Conhecido como o “Gigante do Interior” (apelido dado pelo falecido narrador Fiori Giglioti), como foi possível despencar tanto assim, ao ponto de deixar até mesmo de disputar competições desgastadas como a primeira divisão do Campeonato Paulista?

São vários os fatores, não foi em um dia que este processo aconteceu, ele é fruto de uma sequência de fatores, atitudes, decisões e muita, mas muita força mesmo, para que ao final chegássemos aonde chegamos.

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Para os mais velhos alguns fatores que vou abordar nesta série de colunas pode trazer recordações positivas ou negativas, concordância ou discordância, já para os mais jovens, certamente alguma luz há de vir para que o futuro possa chegar enfim, e o Bugre consiga superar, ou até mesmo não supere, mas ressurja.

Vamos viajar no tempo e conhecer alguns detalhes? Sim, vou citar nomes e momentos diferentes de administrações, gestões e acontecimentos. Alguns deles ainda hoje marcados na memoria dos que viveram, ou mesmo dos que ouviram falar, mas são fatos marcados na história e ela não pode ser adulterada, tem que ser contada.

O Auge – Década de 1970 – Início de 1980

Sem dúvida nenhuma o Guarani atingiu seu auge a partir da segunda metade da década de 1970, mas já no início, em 1973, reconhecido como um exemplo de clube de futebol, disputa pela primeira vez o recém criado Campeonato Brasileiro. A denominação Campeonato Brasileiro surgiu apenas em 1971, seu primeiro campeão foi o Atlético Mineiro e já na terceira edição era o Guarani exatamente o primeiro clube a representar o interior do Estado de São Paulo na competição nacional, e o Bugre não fez feio não, avançou até as semifinais do Campeonato, um feito de muito respeito, conquistando a oitava colocação.

Em 1976 era o Bugre quem conquistava o Primeiro Turno do Campeonato Paulista ao vencer o São Bento de Sorocaba e receber o então título simbólico de Campeão do Primeiro Turno. Simbólico sim, mas extremamente respeitado e cobiçado por todos os grandes.

Claro, tudo isso culminou com aquilo que todos conhecemos, a conquista, em 1978, do Campeonato Brasileiro, feito inédito até os dias atuais para uma equipe do interior do país. Além de toda a campanha e da conquista do título que todos nós já conhecemos, vale ressaltar que o Bugre de 1978 (e início de 1979) mantem até hoje a maior sequência de vitórias da história do Campeonato Brasileiro, foram 12 vitórias consecutivas, 11 nas últimas partidas de 1978 e 1 na primeira rodada do Brasileiro de 1979.

Em 1979 ainda veio a disputa da Taça Libertadores da América, com o Bugre terminando a competição Sul Americana na quarta colocação, chegando até as semifinais do torneio. Isso em uma época que as televisões não repercutiam o torneio com tanta assiduidade, e os jogos disputados fora do país se transformavam em verdadeiras praças de guerra, com arbitragens medonhas, caseiras e visivelmente comprometidas.

Tudo isto estava ligado a uma receita de sucesso que jamais deveria ter sido abandonada. Naquela época, e todas as vezes que tentou fazer diferente o Bugre não se deu bem, a política do clube era revelar atletas nas suas categorias de base, usá-los ao menos por três temporadas no elenco profissional para dar destaque e valorizar o jogador, apostar na contratação de jogadores de potencial, mas ainda com muito espaço a conquistar no mundo do futebol, e era assim que os times profissionais eram montados. O Bugre só negociava seus atletas quando outra revelação surgia para a mesma posição lá, na sua base, o temido e respeitado Departamento Amador do Guarani Futebol Clube.

Estrutura, investimento em instalações, políticas de inovações, tudo isso fazia do Bugre um modelo, ao ponto de inovar o mundo do futebol no Brasil sendo uma das primeiras equipes a construir um Centro de Treinamentos para os atletas, fossem da base, fossem do profissional.

Resultado: Clube estruturado, amplo quadro social (o Guarani chegou à marca de mais de 25 mil associados durante as décadas de 1970 e 1980), departamento amador respeitado e procurado por atletas de todo o Brasil e a certeza, aqui estava localizado um dos maiores celeiros de craques deste país. Isso, aliado a uma continuidade de administração, foi dando ao Guarani a ampliação de sua marca no cenário estadual, nacional e internacional.

As equipes amadoras e de aspirantes do Guarani Futebol Clube constantemente decidiam competições, enquanto a equipe profissional, recheada por estes jogadores destacados, angariava cada dia mais e mais sucesso, respeito, tradição, e claro, deixando sua Torcida Feliz.

Política? Claro que ela existia, mas era uma situação administrável, sem discussões e onde o respeito imperava até nas decisões que eram contrárias.

Assim, com um grupo forte dentro e fora de campo, investimentos na estrutura, no trabalho de base, em boas condições de alojamentos e treinamentos, ao final da década de 1970 o Brinco de Ouro precisou ser ampliado e a decisão foi negociar dois atletas já consagrados e destacados para que o tobogã pudesse ser construído e assim a Torcida que mais crescia no Brasil teria finalmente espaço e conforto para realizar as grandes festas que futuramente faria.

Quais os atletas? Renato Frederico (Pé Murcho) e Zenon, os camisas 8 e 10 do time Campeão Brasileiro, mas a decisão foi de preservar o cobiçado Careca, já beirando seus 20 anos e desejado por todos os grandes clubes de futebol do Brasil.

A estrutura Bugrina era tão grande que apenas em 1982, depois de ser convocado para a disputa da Copa do Mundo da Espanha e ser cortado por conta de uma contestada lesão no joelho, é que Careca foi vendido ao São Paulo, sim, já haviam se passado quatro anos da conquista do título de 1978, mas antes ainda cabia mais um título.

Em 1981 o Bugre ousou e foi buscar no Palmeiras um dos maiores craques que eu vi atuar com esta camisa 10. Quem era? Simplesmente Jorge Mendonça, meia-atacante que havia sido convocado para a Copa do Mundo da Argentina em 1978 e que, já sem espaço no Palmeiras, enxergou no Guarani o lugar ideal para recomeçar sua carreira, e ele recomeçou!

Em 1981 Jorge Mendonça terminou o Campeonato Paulista com a incrível marca de 38 gols marcados. Foi o artilheiro da competição, e mais, o maior artilheiro se desconsiderada as campanhas do Santos, primeiro com Feitiço marcando 39 gols em 1931 quando o futebol era longe de ser o que se tornaria décadas mais tarde, e depois em 1958, 1959, 1961 e 1965 quando Pelé ficou com o título de artilheiro marcando inacreditáveis 58, 44, 47 e 49 gols respectivamente (CLIQUE AQUI E CONFIRA A LISTA DE ARTILHEIROS DO PAULISTÃO). Aposta feita, sucesso conquistado e o trio de ataque que tinha Jorge Mendonça, Lucio e Careca encantaria, com a camisa Bugrina, mais uma vez o Brasil.

Sim, invadindo um pedacinho da década de 1980, depois de conquistar a Taça de Prata de 1981, lá estava novamente o Guarani em uma semifinal de Brasileiro. Sem entrar na polêmica, mas lembrando bem como menino que era, é impossível esquecer de tudo o que aprontou em pleno Brinco de Ouro o gaúcho Carlos Sérgio Rosa Martins, arbitro escalado pela CBF para apitar a partida contra o Flamengo, no Brinco de Ouro, que decidiu qual das duas equipes disputaria o título brasileiro da temporada.

Claro, também não dá para não citar as desconfianças sobre a atuação do então goleiro titular Wendel e resultado: Guarani 2 (dois gols de Jorge Mendonça, um deles um golaço de voleio), Flamengo 3 (três gols de Zico, um deles em uma falha do goleiro Wendel num chute despretensioso de fora da área, outro em um pênalti marcado quando Almeida foi cortar um cruzamento, a bola explodiu no seu peito e o árbitro, sem pensar duas vezes, apontou para a cal).

Não dá para não citar também que esta é a partida que marca o recorde de público no Brinco de Ouro da Princesa quando 52.002 pessoas oficialmente assistiram a partida, mas cá entre nós? Tinha mais! Tinha gente nas torres de iluminação, tinha gente até “assistindo” ao jogo do foço, e não era pouca gente.

Ah o Bugre! O Bugre não, o Bugrão de 1982 detém até hoje a maior média de gols marcados na história do Campeonato Brasileiro, aquele que começou a ser disputado em 1971, com incríveis 2,65 gols de média por partida. Quantas saudades.

Conclusão

Enquanto o Bugre manteve a formula: Estrutura vinda de um departamento social forte, capaz de manter as atividades futebolísticas e esportivas em geral, afinal naquela época, mesmo não sendo sua prioridade, o Bugre revelava a jogadora de voleyball Vera Mossa, uma das principais jogadoras da modalidade na história do esporte brasileiro, era o Bugre o maior exemplo de sucesso do futebol brasileiro, uma verdadeira escola para o Brasil, que aqui aprendeu, e depois empreendeu.

Enquanto o Bugre verdadeiramente revelava jogadores para o futebol brasileiro e mundial, investia nestes atletas, os valorizava, criava sucessores nas próprias categorias de base e só então os negociava, manteve-se entre os Gigantes incontestavelmente do Futebol Brasileiro.

Enquanto o Bugre investiu na contratação de atletas em destaque, jogadores promissores, mas ainda buscando espaço no mundo da bola, ele manteve-se entre os grandes, e mais do que isso, pontuou a lista dos maiores do Brasil.

Claro, atletas eram vendidos, mas dificilmente passavam menos de duas, três temporadas com a gloriosa camisa Bugrina, ou seja, saiam deixando seu talento aos torcedores e o bom dinheiro arrecadado nas suas negociações, afinal, estavam muito valorizados.

Esse é o Guarani, muito mais do que o Gigante do Interior, o Gigante do Brasil, e na próxima semana vamos falar do Guarani ainda Gigante, disputando títulos e mais títulos na segunda metade da década de 1980, e os primeiros passos daquilo que viria a trazer todos os problemas que temos hoje, infelizmente as malfadadas dívidas.

Na próxima parte vem volto com mais uma parte, a segunda de um total de seis, que vamos trazer para todos. Vamos viver juntos e tentar descobrir aonde, quando, como e por que chegamos onde chegamos. Quem sabe descobrindo isso juntos, encontremos o caminho para o recomeço ainda mais grandioso, ou então, para um futuro tranquilo.

Quem sabe?

Marcos Ortiz
Planeta Guarani

21 comentários sobre “Na vitória ou na derrota – Uma história para a história 01/08

  1. Nossa amigo Ortiz, simplesmente me emocionei lendo tudo isso.
    Que Saudade imensa do nosso Guarani, lembro que Cruzeiro, Bahia, Inter e vários outros, chegavam aqui pensando no empate, porque ganhar do Bugre aqui era muito difícil.
    Será que algum dia vamos ver isso de novo???

    Parabéns Ortiz pela iniciativa, parabéns pelos relatos históricos.

    abraço Ortiz

    Força Guarani.

  2. Ortiz,

    Brilhante sua história, como sempre.
    Sobre a atuação do Wendel na semi-final com o Flamengo, eu vi diversos rojões, atirados pela torcida mista (urubu e xita) que estava atrás do gol do Guarani, em cima do Wendel e, por isso, ele estava jogando muito adiantado (quase na linha da grande área) e foi quando falhou no chute despretensioso do Zico.

    Vamos, Bugrâo.

  3. Vivi todos esses momentos e foi uma viagem ler esse texto. Realmente a fórmula estava feita. Continuar investindo no clube, gerando receitas, e na base, gerando craques, títulos e receitas. Lembro do frio na barriga que dava no fim de ano para saber quais reforços chegariam para aumentar nossa força. Orgulho de ler na consagrada Placar que o guarani era modelo e o brinco de Ouro estava entre os 3 melhores gramados do Brasil. Incompetência, corrupção, egoísmo e vaidade. isso destruiu nosso amado Guarani, que vai voltar, devagar mas vai voltar a figurar entre os grandes. Belo texto, Ortiz.

    1. Obrigado Sergio, é um pouco da nossa história né? Quem conhece tem que dividir, quem viveu, tem que contar mesmo!

      Se vamos conseguir, ou não vamos conseguir… são questões tão complexas de responder, mas acho que só encontrando o caminho que nos levou a isso e tentando evitar que ele prossiga ou se repita é que conseguiremos alguma coisa.

      Grande abraço e mais uma vez muito obrigado.

      Marcos Ortiz

  4. Caro Ortiz
    Parabéns pelo texto.
    Reflete fielmente uma saudosa época da qual fui, felizmente, testemunha ocular.
    Tive o prazer de assistir “in loco” muitas das conquistas que voce bem descreveu.
    Infelizmente, vejo tão distante, o caminho para retornar ao lugar de onde não deveriamos ter saído e gostaria de não perder a esperança seja pelas sucessivas más administrações, seja pela lei Pelé que tanto prejudicou o nosso querido Bugre e outros times do interior.
    Abraços,

    JB

    1. Obrigado JB.

      Eu me sinto na mesma condição que o amigo em relação às esperanças, concordo com todos os temas que citou e que nos levaram a este ponto e também gostaria de acreditar, mas não consigo.

      Até por isso resolvi postar esta série de colunas, para tentar reencontrar inclusive o meu próprio rumo, quem sabe não tem algo que nos ajude, não é mesmo?

      Grande abraço

      Marcos Ortiz

  5. Coisa linda hein Ortiz ?
    Mais uma vez acertou em cheio, pois este relato veio no exato momento em que temos (mais uma vez) nossas esperanças renovadas.
    Peço licença ao amigo para incluir mais um grande feito no período, que é o recorde de maior sequencia de vitórias em Campeonatos Brasileiros. São 12, sendo 11 na campanha de 78 e o primeiro jogo de 79.
    Forte abraço

    1. Olá meu amigo Gentil, que bom ve-lo por aqui, seja sempre bem vindo. Quanto à sequência de vitorias, ela está no texto, talvez o amigo não tenha notado.

      Ja em relação aos ânimos renovados, me permita deixar por sua conta? Não é esse meu sentimento.

      Grande abraço, amigo.

      Marcos Ortiz

  6. Perfeito Ortiz.

    Vivi toda essa época, e era muito bom ir ao estádio e apostar de quanto os adversários iam perder. Na campanha de 82 lembro das incríveis goleadas de 7, 8 gols que aplicávamos se piedade aos adversários, times que vinham a Campinas vinha fechados tentando apanhar de pouco, e até os ditos “grandes” se conseguissem um empate aqui era comemorado como vitória.
    Tempos bons que rogo a Deus que um dia volte a reinar em nossa taba.

    Um abraço

  7. CARACA IRMÃO!
    VOLTANDO DE FÉRIAS E LENDO ESSE TEXTO, QUANTAS COISAS BOAS VOLTARAM NA CABEÇA.
    TÍNHAMOS UMA TORCIDA,CHAMADA RATOS DO BUGRE, TORCIDA DESORGANIZADA.
    PARA MOLECADA MAIS NOVA ENTENDER ESSE NOSSO AMOR POR ESSE CLUBE,É ISSO QUE FALO PARA O MEU FILHO. ORGULHO DE SER BUGRINO.
    PARABÉNS

  8. Ortiz, tudo bem, meu caro amigo? Só gostaria de entender de sua parte,por que vc disse “contestada” contusão do Careca, nos treinos já na Espanha, em 1982? Seria seu comentário motivado pela teimosia do Telê em não colocar o Careca como titular, já que era o mais destacado atleta dos treinamentos pré Copa? Ou seria por que você realmente não crê na veridicidade da contusão do Careca, que fez com que ele retornasse ao Brasil antes da estréia da Seleção, prá que fosse convocado o Dinamite? Grande abraço. Ortiz.

    1. Na verdade as duas coisas Marcelo, a teimosia do Tele e o desejo de levar Dinamite para a Copa. Me estranha muito numa época em que a medicina esportiva apenas engatinhava, principalmente no Brasil, que cortado em maio, Careca já estava em campo de novo pelo Bugre no começo de agosto, lembrando que pouco tempo antes nós vimos outro craque, o centroavante Reinaldo do Atlético-MG encerrar sua carreira de forma precoce também graças a lesões no joelho, uma coisa que naquela época realmente encerrava carreiras no futebol.

      O futebol e suas lendas, não é mesmo? Aquele time de 82 na Espanha realmente encantou o mundo, e se tivesse Careca com a 9 teria conquistado o mundo, o tetra teria sido antecipado em 12 anos e viria com um futebol arte, bonito de se ver, não com o futebol de resultados praticado em 1994. E mais ainda, a eliminação do Brasil precocemente naquele mundial mudou também a forma como o mundo via o futebol.

      De lá pra cá dá-lhe Brucutu FC, esquemas defensivos, armados para jogar por uma bola e por ai vai…

      Abração

      Marcos Ortiz

  9. Marcos

    Aquele modelo de administração de futebol não funciona mais hoje no futebol brasileiro . A lei Pelé dificulta muito a vida dos clubes formadores , não conseguiríamos mais manter um bom jogador por três anos . O clube social também não tem mais a importância que havia naquela época . Apenas um detalhe em 1986 na final do Brasileiro , os dois clubes mais organizados , com estádios padrão FIFA , categoria de base formando craques , clube esportivo de boa qualidade , eram o Guarani e o são Paulo . Daquela data para os dias de hoje , o SPFC foi diversas vezes Campeão da Libertadores, Mundial , Brasileiro , etc… O Guarani foi diversas vezes rebaixado . Precisamos identificar uma nova maneira de gerir o Futebol . Tem de ser uma forma de um clube médio que pretende brigar por títulos com o grnades . Não sei que formato seria ….

    1. Zanelli, boa tarde. É exatamente o que proponho nesta série de 6 matérias que está na primeira… nós ainda vamos conversar sobre Lei Pelé, mudanças de formas de gestão e tantas outras coisas… a intenção não é criticar gestões, colocar em xeque decisões nem nada parecido, é apenas encontrarmos o que deu certo no Guarani, trazer para a realidade atual e tentar encontrar um novo rumo. Também vamos chegar a 86, 87, 88, 89 com o primeiro rebaixamento, 90 sem conquistar o acesso, 91 com a final contra o Paysandu, e geração Amoroso e Luizão de 95, o final da década de 1990 e o início da década de 2000 (alias, justamente o período de implantação da tal Lei Pelé), e por ai vamos seguindo…

      Vamos chegar lá, apenas começamos, mas para conseguirmos é fundamental isso que você está fazendo, comentar, deixar a sua marca. Isto não é um manual, é um ponto de debate e discussão, parabéns, focê entendeu muito bem.

      Forte abraço

      Marcos Ortiz

  10. Ahhhhh quanta saudades! O dia em que o Bugre voltar a usar sua categoria de base novamente, voltaremos a ser o que éramos!!
    E nao importa se são fracos e ainda se nao são do GFC. Mas ver os meninos correndo como quem corre atrás de seu sonho de vencer era nosso combustivel bugrino de sucesso. Se lembram do último exemplo, a dos meninos do carbone, como foi sofrido a ao mesmo tempo empolgante. subiram com uma equipe montada aos tropeços.

    Até a xitaiada queria jogar no Bugre. O Lucio ex-xita arrumou uma guerra no chiqueiro e conseguiu descer a Avenida, se juntando ao timaço de 82.
    Nunca me esquecerei, ainda garoto num derbinho (era portoes abertos, perigoso, mas havia certo respeito). No meio de poucos torcedores dos irmãos, uma escandalosa senhora, chorava e xingava: “Lucio, seu traidor, isso nao se faz com os meus meninos. Voce me paga!” Ele, o Careca e grande pate do elenco na gargalhada e na entrada do vestiario assistiam ao derbinho. Se concentravam em pleno brinco. Perguntei ao meu pai: “quem é aquela “velha-maluca?” E meu pai: “É a Conceição, uma torcedora-sofredora!”
    Bons tempos de Brinco. Muitas alegrias e timaços.
    Concordo que o Wendell entregou aquela semi de 82 e o jorge mendonça jogaaaaaaava muito, meu Deus! Conforme a cronica do Ortiz, vejam que gol ele marcou no youtube….
    Deixem os meninos jogarem de novo!!! A Fifa estará antecipando a lei do passe de volta aos clubes.

  11. Senhor Marcos Ortiz, recentemente a globoesporte.com fez um trabalho sensacional relatando todo o processo administrativo negativo que levou o Bugre a esse estado negativo em que vive hoje. Eu creio plenamente naquele trabalho, pois quem conhece a história bugrina sabe quem realmente são os culpados por essa grande fatalidade que nos trouxe para o fundo do poço. Nessa matéria, a administração que errou primeiro, foi senhor Beto Zini. E ele mesmo na entrevista ao globoesporte.com afirma com palavras indiretamente. Ele mesmo relata que em sua gestão, o Bugre tinha uma dívida de 9 milhões, a qual ele não pagou, porque o departamento jurídico do Bugre na época não deixou ele pagar, que se bem que ele queria pagar para zerar a dívida, pois o Bugre tinha recursos financeiros para liquidar tal dívida, que na verdade é essa que hoje está na casa dos 260 milhões de reais. Mas, como sabemos, depois do Beto Zini, os outros como Lourencetti, Manoel Martins, Mingoni e outros, só meteram a mão, vendendo jogadores da base como se o Bugre fosse só deles. Parece que o português comprou até fazendas em Goiás e Mato Grosso com tratores e tudo mais. Fica a pergunta: Donde veio tanto dinheiro assim? Creio que uma boa investigação da policia federal em cima desses caras, vai dar para trazer de volta muita grana para os cofres do Bugre. Se fosse em outro clube, com certeza essa fiscalização não passaria em branco. E porque no Brinco de Ouro essa prática tão correta não se realiza. Como você disse Marcos, o Bugre era o Gigante do interior do Brasil, ou seja, era rentável. Porque então tudo isso aconteceu, é fato, e ninguém tem coragem de entrar com uma petição na policia federal solicitando uma varredura completa. Veja a matéria que é muito interessante.

    1. Olá Valdemar, sim, a matéria é do meu amigo Vinicius Bueno, ajudei em algumas pequenas pautas dela e realmente é um excelente material.

      Abraços

      Marcos Ortiz

  12. Oi Marcos

    Tenho algumas sugestões de como iniciar o processo de recuperação do nosso Bugre ;

    – aumentar o investimento na base , criando um sistema de bolsa de investidores . qualquer pessoa física ou jurídica , teria acesso a participação nos direitos administrativos dos jogadores . claro , que para os melhores o valor a ser pago é maior ( isto seria definido pela comissão técnica) . Estes investidores teriam no máximo 50% dos direitos a outra parte pertenceriam ao Guarani.
    – Seria feito um contrato de risco com uma agência de Marketing . De tal forma que está agência seria responsável por uma pesquisa para avaliar o real valor da MARCA GUARANI , e ela negociar através de patrocínios na camisa , no estádio , na venda de acessórios , etc… Importante que a mesma teria uma porcentagem desta negociação . Desta forma quanto melhor for valor negociado , maior seria o seu ganho.

    – Na parte administrativa , um executivo de mercado seria contratado de forma que ele tenha ganho nos lucros aferidos com a gestão do Guarani e o mesmo aconteceriam com o futebol , onde um Gestor Profissiona e todos os envolvidos seriam remunierados através do ganhos esportivos obtidos pela equipe.

    Você acredita que estou sonhando muito nestas minhas proposições ?????

    1. Zanelli Jr. concordo em muito com o que escreve, este é um modelo muito parecido com o Europeu e de outros clubes de sucesso internacional.

      Há problemas para adotar a “Bolsa de Investimetnos” como autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), por exemplo, mas é sem dúvida uma medida muito interessante.

      O sistema de gestão que o amigo apresenta é exatamente o que está previsto no Estatuto Social Bugrino aprovado no primeiro trimestre de 2014 e tão criticado nos dias atuais.

      É isso, vamos debater soluções, o caminho tem que existir!

      Abraços

      Marcos Ortiz

  13. Prezado Bugrino
    Marcos Ortiz

    Comecei a torcer pelo Guarani, quando mudei para Campinas no final de 70, antes, menino, torcia para o santos, mas morando em Campinas (sou mineiro) e, ter conhecido dois amigos torcedores da AAPP (nunca serão), optei pelo Bugre, junto com meus irmãos, entrei de sócio no Guarani, e hoje moro em Salvador Ba., mas continuo fiel ao meu Guarani. Quando conheci o Guarani, o meia esquerda era Zé Ito, meia Direita Dante, tinha um centravante que sofreu um problema na perna, acho que era Patito, enfim, mas o grandes time da década de 70 era formada pelos craques: Tobias, Wilson, Amaral, Alberto e Bezerra, Flamarion, Alfredo, Jader, Whashigton, Cleiton e Mingo. Lembra que batemos o Grande Palmeiras por 2 x O (dois golaços de Mingo). Como era gostoso torcer pelo Guarani. Quantas viagem pelo interior de São Paulo. Em 78, no Rio, 2 golaços de Zenon no Maracanã, lá eu estava. Que bom rever a história de nosso Guarani. Espero que essa nova Diretoria, as negociações do Estádio pela Magnum, faz com que o Bugre volte a ser Grande.

    Feliz 2015
    Paulo Ridolfi
    Salvador, 02/01/2015.

    “Avante meu Bugre que nós vibramos por ti”

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