Quatro clubes paulistas deixam a LIBRA e assinam com a LFU. Botafogo-SP também se junta ao grupo
Temos acompanhado atentamente o debate estabelecido entre os clubes do futebol brasileiro, torcedores e opinião pública sobre a formação das Ligas que pretendem negociar, a partir de 2025, os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro Série A, e mais atentamente ainda, a divisão que os dois grupos formados até agora, tem proposto entre seus integrantes.
Nesta sexta-feira surgiu, primeiro pelo portal F5 da Folha de São Paulo, a informação de quatro clubes paulistas, todos da Série B, que deixaram a LIBRA para aderirem à LFU (Mirassol, Novorizontino, Ituano e aapp), a eles se juntou o Botafogo-SP, que até então não havia aderido a nenhum dos grupos. além deles, o Amazonas, caçula na Série B 2024 também deve aderir à LFU.
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Com essa decisão, a partir de agora, a Liga Futebol União (LFU) conta com nada menos que 15 dos 20 clubes da Série B 2024, podendo chegar a 16 caso o Amazonas adira (América-MG, Avaí, Botafogo-SP, Ceará, Chapecoense, Coritiba, CRB, Goiás, Mirassol, Novorizontino, Ituano, Operário-PR, Sport, Vila Nova e aapp), enquanto a LIBRA (Liga do Futebol Brasileiro) conta com Guarani, Brusque, Paysandu e Santos.
Qual a diferença entre os grupos?
A diferença está basicamente na forma de negociação feita por cada um dos grupos e como os grupos destinaram recursos aos clubes que não integram Série A. As formas de negociações feitas até agora são:
A LIBRA negociou com o Grupo Globo os direitos de transmissão de todos os seus clubes que hoje integram a Série A pelos anos de 2025, 26, 27, 28 e 29 por cerca de R$ 6,5 bilhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão anual), enquanto a LFU negociou 20% dos direitos de transmissão de todos os seus clubes (inclusive os que hoje integram as outras divisões, pelo período de 50 anos com o fundo de investimentos Life Capital Partners por R$ 2,6 bilhões, recebendo antecipadamente R$ 1,3 bilhão (50%).
A diferença está nos critérios de divisão dos recursos. A LFU destinou 40% dos recursos obtidos (R$ 405 milhões) aos clubes que não integram a Série A, uma vez que esses clubes assinaram a venda de parte dos potenciais direitos de transmissão por 50 anos, enquanto a LIBRA destinou 3% dos recursos aos seus clubes que integram a Série B, mas é importante frisar que todos o clubes da LFU já venderam 20% dos seus direitos de transmissão, tanto de participações em Séries D, C B, ou caso acessem à Série A nos próximos 50 anos, enquanto os clubes da LIBRA que não integram a Série A não venderam nada, apenas receberam um percentual (3%) dos valores vendidos pelos 8 clubes que atualmente integram a elite nacional, e em caso de acesso à Série A nas próximas 5 temporadas, terão seus direitos de transmissão integralmente negociados.
Pagamentos anteriores
Em 2023 os clubes da LFU que disputavam a Série B receberam um grande aporte no mês de setembro (total aproximado de R$ 100 milhões). Explicando este valor, ele foi repassado da seguinte forma: 25% (R$ 100 milhões no ato), 25% (R$ 100 milhões) entre setembro e outubro de 2024, 25% (R$ 100 milhões) entre setembro e outubro de 2025 e os 25% (R$ 100 milhões) restantes serão recebidos no ato da rescisão oficial de contrato entre os clubes da série B e a agência Brax, o que deve ocorrer nos próximos dias. Este valor é repassado a cada clube respeitando os critérios de divisão, alguns recebem mais, outros menos.
Já a LIBRA recebeu 50% dos direitos de transmissão (da temporada 2025) dos clubes da Série A negociados com o Grupo Globo das próximas 5 temporadas (aproximadamente R$ 650 milhões) e destinou 3% aos clubes que não estão na Série A, a saber: Guarani, Santos, Brusque e Paysandu (aproximadamente R$ 20 milhões anuais). Cada clube receberá o mesmo valor que o outro.
Na temporada passada os clubes da LIBRA que integravam a Série b receberam uma parcela de R$ 3 milhões como luvas antecipadas pela adesão.
Nós procuramos fontes ligadas ao Guarani FC para sabermos a opinião do clube a respeito da situação, e também pessoas inseridas na gestão das duas ligas, da LFU não obtivemos retorno, pelo Bugre e pela LIBRA todos que aceitaram falar pediram anonimato, mas a resposta do Guarani FC foi: “As saídas dos quatro clubes paulistas que se filiaram à LFU deve aumentar significativamente os valores que os demais três times, especialmente o Guarani, o Brusque e o Paysandu, receberão nesta temporada. No Guarani, a expectativa é que, se antes o valor era de cerca de cerca de R$ 2,5 milhões, isso aumente para cerca de R$ 5 milhões líquidos. A mesma quantia será destinada a Santos, Paysandu e ao Brusque, já o Sampaio Corrêa não volta a receber valores até que retorne à Série B”.
Portanto, as saídas dos 4 clubes paulistas da LIBRA para a LFU é considerada benéfica aos cofres Bugrinos, que devem ter seus recursos minimamente dobrados.
Já a visão dos representantes da LIBRA é que, em cerca de duas, no máximo três temporadas, as divisões de receitas entre os seus clubes supere os valores destinados aos clubes da LFU: “É um investimento de médio prazo, onde nenhum clube abre mão de 20% das suas receitas por um período de 50 anos,”.
Marcos Ortiz
