Rodada 5, Coritiba 1×0 Guarani – Num jogo de fragilidades, o mais frágil perdeu

Rodada 5, Coritiba 1×0 Guarani – Num jogo de fragilidades, o mais frágil perdeu
Foto: JP Pacheco / Coritiba FC.

Coritiba e Guarani se enfrentaram num jogo de muita tensão antes de a bola rolar. Duas equipes buscando suas identidades na Série B, com inícios ruins e 1 ponto as separando na tabela de classificação, duas torcidas ansiando por respostas que ainda não vieram pra nenhuma das duas equipes, mas o time a casa conseguiu os 3 pontos e se reabilitou na competição.

Ao Guarani e à sua Torcida não cabe muita coisa além da resiliência. Com um elenco modesto, carente em posições chave pra estruturar um jogo sólido, as vitórias tendem ser cada vez mais escassas, e isso é preocupante. Se por um lado a competição tem ainda 33 rodadas em disputa e muita coisa pode acontecer, por outro, as opções Bugrinas vão diminuindo na medida em que os jogos acontecem, jogadores entram, jogadores saem, jogadores se lesionam, e a realidade não muda.

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Parece só existir um caminho ao Bugre diante do cenário que se desenha, tornar-se um time que admite suas limitações e, diante disso, encontrar uma forma de jogar capaz de não perder jogos. Diante desta constatação, com um sistema ofensivo inoperante e um sistema defensivo que oscila muito dentro do jogo, a prioridade Bugrina, neste momento, deveria ser a marcação, aquilo que se acostumou chamar de futebol reativo.

Propor jogo não combina com este time Bugrino, nossos principais jogadores de articulação são volantes, nossos meias não criam, correm, corem, ocupam espaços, mas não conseguem criar, e nossos atacantes tem como primeira missão, marcar.

A máquina de moer gente continua a todo vapor. O elenco é carente de qualidade, há momentos em que a vontade sozinha não é suficiente, e este é um deles. Pra não ser moído, Junior Rocha precisa compreender muito bem o momento Bugrino, se a prioridade é não perder, a melhor defesa não pode ser o ataque, ou, adaptando a frase, não pode ser com atacantes, a defesa é o caminho, mas também são posições não preenchidas na montagem do elenco.

Pra marcar é preciso jogador que saiba marcar, pra armar é preciso jogador que saiba armar e pra atacar é preciso jogador que saiba atacar, o jogador tem que entrar em campo sabendo que vai desempenhar uma função pra qual ele é capacitado, não adianta mais, diante da pouca qualidade da equipe, insistir com atacantes recompondo defensivamente, laterais que tentam se transformar em atacantes, meias que só conseguem preencher espaços e marcadores dentro da grande área que fazem exatamente o oposto, dão espaços.

Insistir em escalar três atacantes, no atual cenário do Guarani, é um desperdício de escalação, o time precisa se compactar, precisa fechar todos os cantos da sua defesa, e pra isso precisa de defensor. Isso não é abrir mão de jogar, isso é admitir fragilidades e tentar corrigi-las.

Este não é o momento pra falar de dirigente, estes sim, os principais culpados, eles são a máquina de moer gente, mas este é o momento emergencial onde é preciso falar diretamente ao departamento de futebol composto por diretores, executivos, treinador, auxiliares, analistas, preparadores, e principalmente, atletas. O momento é de salvamento mesmo, e sem poder contratar um único jogador novo sequer, vendo rodada após rodada jogadores entrando no departamento médico e esvaziando ainda mais as poucas opções que temos, infelizmente a batata está nas mãos de vocês.

Junior Rocha, a realidade chama, e não leve isso como crítica, apenas como constatação. Você mesmo pede um futebol competitivo nas suas declarações, então encontre 14 ou 15 jogadores competitivos e leve a campo com a primeira missão de não perder jogos, organize a casa antes de oferecer uma festa, só assim o Guarani conseguirá evitar o pior. Hoje só temos você, mas é preciso enxergar a realidade, não apenas a oportunidade.

A máquina de moer gente está a todo vapor, em breve ela fará novas vítimas pra justificar ou mascarar sua própria incompetência.

Marcos Ortiz