Vila Nova 2×0 Guarani – Dai-nos um time, Pai!
Torcedor vive de sonhos e expectativas, sonha com seu time conquistando, vencendo jogos, trazendo alegrias pro seu dia a dia e tem a expectativa que eles se realizem. O que dizer do Torcedor Bugrino, então, que passou 43 dias esperando seu time voltar a campo depois de um início de ano horroroso e voltou a ter pesadelos na última noite, após a estreia na Série B?
Se a maioria da Torcida acompanhou apreensiva a montagem do elenco, a chegada de contratações e torceu muito pra estar errado, o cartão de visitas deixado pelo time na primeira partida da Série B mostrou que ela tinha razão (mais uma vez).
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O Bugre voltou a campo na noite de ontem, e tinha um adversário historicamente indigesto pela frente, um Vila Nova que se transformou numa pedra no sapato chata, mas isso é só número, o que importa é bola rolando. O problema é que quando ela rolou a gente se perguntou: O que foi feito nestes mais de 40 dias de espera?
Tempo houve! Diretores e dirigentes tiveram tempo de sobra pra remontar um elenco, detectarem as carências por posições, e a Torcida bradou desde o início: Faltam zagueiros, falta ao menos um volante marcador, e observe, o Torcedor Bugrino não pedia a contratação de grandes craques capazes de fazerem gols maravilhosos e passes desconsertantes, ele pedia pra ter paz toda vez que a bola chegasse ao seu campo de defesa.
O Guarani FC não consegue contratar zagueiros e volantes? Não conseguiu, então vai sofrer, e sofrer muito! Baseado no que vimos na estreia, e temos que considerar que a estreia é apenas o primeiro jogo de um campeonato longo e desgastante, ficou pra nós a constatação: O Guarani foi o mesmo do Campeonato Paulista, sem tirar nem por.
Erros na zaga, com o péssimo posicionamento de Ryan, zagueiro contestado há muito tempo pela Torcida, erros no meio campo, nos passes, principalmente com Matheus Bueno, erro de passe de lateral, ontem foi Jefferson quem estreou dando passe errado que originou gol e o principal erro de todos: Um treinador que passou 43 dias e não conseguiu enxergar uma solução para um time competitivo que não passasse por esse insuportável esquema 4-3-3, principalmente num jogo fora de casa, contra um time que absolutamente não parou de jogar durante este período, então vinha com entrosamento e ritmo de jogo.
Destaques negativos: Ryan, a dupla de laterais formada por Jefferson e Diogo Mateus, Matheus Bueno sonolento no meio de campo, Camacho esforçado, mas correndo errado o jogo todo, Luan Dias que ainda precisa provar que consegue jogar em outro time que não seja o Água Santa e a dupla de beiradas com Airton e Reinaldo extremamente improdutivos.
Ficou na média 5 o zagueiro Lucas Adell, enquanto passaram de ano apenas o goleiro Douglas Borges, que evitou coisa muito pior do que os 2×0, e o pobre do atacante Caio Dantas, que parece condenado a repetir o sofrimento de Derek e Bruno Mendes em temporadas anteriores, correndo, correndo, suando, tentando, mas sem uma mísera alma capaz de abastecê-lo com uma chance clara de gol.
Destaques positivos? Sim, dá pra encontrar alguma esperança com a entrada de Renyer e do jovem Rafael Freitas, este último um pedido do Torcedor há muito tempo. Ambos foram responsáveis pelos 20 minutos finais onde o Bugre, mesmo que desorganizado, conseguiu tentar ao menos diminuir o placar, e só por isso mostraram muito mais do que os inoperantes Reinaldo e Airton, titulares absolutos.
Dois gols muito parecidos, dois passes feitos no meio da zaga, mais precisamente em cima do posicionamento de Ryan, onde no primeiro ele dormiu na marcação, e no segundo ele sequer estava na grande área, e pronto, o fantasma do 4-3-3 e de um time que não sabe pensar em se organizar defensivamente voltou a assombrar os piores pesadelos do Torcedor Bugrino, que em algum momento ousou tentar acreditar numa mudança positiva, mas acordou na realidade dura vivida nos últimos 7 meses, com um time incapaz de bem representar o distintivo do Guarani Futebol Clube.
Espero que o time tenha treinador, e que o treinador finalmente desencane dessa história de DNA ofensivo. Isso não existe em Série B de Campeonato Brasileiro. Que Claudinei acorde pra realidade: A casa tem que ser arrumada pela cozinha, e o time precisa primeiro marcar, pra depois tentar fazer algo com a bola nos pés.
Oremos!
Marcos Ortiz