Opinião Pré Jogo: Daniel Paulista muda nome pra manter erro no sistema
Antes de tudo que fique bem claro: Torço demais para que tudo dê certo e para que o Guarani vença o Criciúma nesta noite no Brinco de Ouro da Princesa, e torço mais ainda para que Nícolas Careca marque cinco gols, a crítica aqui não é ao atleta.
O Bugre tem ate´aqui apenas um ponto conquistado em 9 pontos disputados, o time marcou apenas 1 gol e foi um gol iníquo porque veio exatamente na derrota por 3×1 para o Grêmio. Nas três partidas iniciais o Bugre, como em boa parte do Campeonato Paulista, atuou com três atacantes. O trenador Daniel Paulista não aceita, não concebe um time diferente, aposta nesta como única solução para o Guarani.
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Pois bem, já que este é o único conceito de jogo aceito pelo treinador, ele poderia ao menos enxergar que o problema não está no nome do atacante de referência, está na forma como ele faz seu time jogar. Antes de sacar Lucão do Break o mínimo que Daniel deveria ter feito é dar um esquema de jogo para o jogador, atacante de referência não pode marcar volante, lateral ou os cambau de bico, atacante de referência tem que estar lá pronto pra fazer o gol quando a bola surgir no ataque.
Prova disso? Diego Souza, autor dos três gols do Grêmio sobre o Bugre, atacante experiente (36 anos), visivelmente pesado e com apenas uma função em campo: Marcar o gol! Teve três chances, fez os três gols e eu pergunto se alguém viu Diego Souza correr atrás de volante, meia ou atacante de beirada de campo? Não, não viu, e se tivesse visto, certamente o Guarani não teria perdido o jogo por 3×1 porque ele não teria perna pra chegar na grande área e ser tão assertivo (palavra do momento) nas suas finalizações.
Daniel diz que seu time joga no 4-2-3-1 (pela moda também não é 4-3-3 mais), mas na verdade tenho dito constantemente que o Guarani joga no 4-2-4-0. O 1 desse sistema é exatamente o atacante de referência, e seja ele Lucão, seja ele Nícolas Careca, nenhum dos dois teve o privilégio de ser o 1, foi só mais um que correu o campo inteiro marcando.
Ou o treinador dá ao seu atacante de referência um modo de jogar para que ele possa fazer gols, ou tem obrigação de mudar o modo de jogar. Não é a quantidade de atacantes que determina a ofensividade de um time, é a boa disposição tática, o bom condicionamento físico e o aproveitamento das melhores características de cada atleta, e aqui eu sou obrigado a dizer que se na cabeça do treinador do Guarani a principal função de um atacante é recompor a marcação ele está errado no conceito, um volante marca mais que um atacante.
Resumindo, no Guarani de uma nota só de Daniel Paulista nós temos que torcer pelas vitórias, mas elas só serão conquistadas na base da superação individual, jamais no coletivo. Mudar o nome do atacante não muda nada, o que muda é mudar o jeito de jogar, e isso eu não consegui ver em todas as vezes que Daniel Paulista levou a campo o Bugre com três atacantes.
Duvida? Então pesquise, das poucas 05 vitórias que o time teve até aqui, três delas foram no esquema 4-4-2, com 3 volantes e dois atacantes (Novorizontino 2×1, Dérbi 3×0 e Maricá 1×0). Nestes três jogos o time marcou 6 gols, média de dois por partida e sofreu apenas 1, média de 0,33 por jogo. Já nas duas únicas vitórias conquistadas com o esquema xodó do treinador (São Paulo 2×1 e Ferroviária 2×1) foram os mesmos 2 gols de média por jogo, mas com a média de gols sofridos aumentada em três vezes (1 gol por jogo).
Sabem o que isso quer dizer? Que no elenco atual do Guarani o melhor ataque é a defesa reforçada tirando dos atacantes essa absurda obrigação de marcar lateral, volante, extrema e meia. Atacante é quem ataca, defensor é quem defende e ponto.
E lá vamos nós pro Brinco de Ouro torcer muito pra que o Guarani vença no sistema do Daniel Paulista, porque ele realmente não consegue enxergar nada diferente disso. Consegue? Então mostre, Daniel!
Marcos Ortiz